Recanto Literário

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Textos

Sextar na primeira cidade do livro do mundo

 

TGIF é a sigla de Thank God It’s Friday (Graça a Deus, é sexta-feira), ou seja, é a sigla de uma expressão coloquial em inglês que equivale ao brasileirismo “sextou”. Aprendi isso recentemente e, como cronista e estudante de licenciatura em Letras – Português e Inglês, do Centro Universitário Senac de São Paulo, pensei logo em escrever uma crônica e também, na sexta-feira, sair dizendo TGIF aos colegas e amigos que, como eu, gostam de inglês. Joseilde Maria Teles (Josie Teles), por exemplo, uma das minhas professoras de inglês e de outras disciplinas da licenciatura. Sextar é chegar a sexta-feira, como digo na crônica “Sextou, vinhe-se!”, de 23 de junho de 2023, cuja leitura recomendo.

 

Aprendi o significado de TGIF pelo Instagram, no perfil de Claudia Rant, brasileira que é casada com um britânico e mora na Inglaterra. Claudia Rant é linguista e professora de inglês, e eu aprendo muito da língua inglesa com ela. Foi aí que, por exemplo, aprendi o que significa OPOL, sigla de One Parent, One Language (“Um Pai, Uma Língua”). OPOL é uma abordagem pedagógica que pode ser praticada pelas famílias em que o pai e a mãe são de nacionalidades diferentes e têm, por conseguinte, línguas diferentes. Ela e o marido não têm filhos, mas se tivessem, diz ela que iria seguir a abordagem OPOL na educação deles.

 

Eu não sabia, mas amei saber, pois isso é muito interessante. Nesse método ou abordagem (approach em inglês), cada um dos pais conversa com o filho e o ensina na própria língua, de forma que a criança se torna naturalmente bilíngue. Que interessante, embora não seja fácil. “Easier said than done” (“Mais fácil falar do que fazer”), alerta Claudia Rant. Sim, evidentemente. É indispensável inclusivamente que haja acordo entre os pais, para que o ensino-aprendizagem da criança ocorra sem que qualquer dos pais se sinta excluído nem haja a predominância de uma das línguas sobre a outra. Sem dúvida, para a criança o aprendizado será riquíssimo.

 

Outra coisa interessante que aprendi com Claudia Rant foi sobre Hay-on-Wye, a cidade dos livros. Hay-on-Wye, que ostenta o título de World’s First Book Town, é uma cidade do País de Gales, no Reino Unido, com cerca 1.600 habitantes e mais de vinte livrarias (bookshops, no inglês britânico, e bookstores, no inglês americano). Calcule aí e veja: uma livraria para cada oitenta habitantes! Escritor e amante dos livros que sou, prometo a mim mesmo que ainda vou conhecer esse lugarzinho encantadoramente lindo. Um dos meus sonhos agora é, portanto, sextar na Primeira Cidade do Livro do Mundo, World’s First Book Town, lá no País de Gales.

 

Por fim, faço o registro de que Claudia Rant gosta de demostrar a diferença entre o inglês britânico e o inglês norte-americano. Gosto disso. Nas minhas crônicas e até no bate-papo com amigos, sempre aponto esta ou aquela diferença entre o português brasileiro e o português de Portugal, lembrado que o português da África e o da Ásia seguem, mutatis mutandis, o português de Portugal até na pronúncia, e que, mesmo dentro de Portugal, há muita variação linguística, fenômeno este que também ocorre no inglês. O português brasileiro está para o português de Portugal e dos demais países de língua portuguesa assim como inglês norte-americano está para o inglês britânico e dos demais países de língua inglesa.

Valdinar Monteiro de Souza
Enviado por Valdinar Monteiro de Souza em 06/06/2025
Alterado em 07/06/2025


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