A trajetória de um dia
A trajetória de um dia...
É, pouco ou muito, tudo o que se faz
É a rotina – doce, amarga ou indiferente –
De gente pobre e fraca que com tudo se apraz,
Ou de gente rica e audaz que de tudo se ressente
A trajetória de um dia...
É o espaço físico da curta, ou longa rotina
É a medida do medo na palavra da bravata
É o resvalar muito inglório que apouca e amofina
Na angústia bolorenta da incerteza que mata
A trajetória de um dia...
É a aura viva da esperança que conduz
E se não deixa aniquilar pelo ato que desampara
É a força imarcescível do ânimo que reproduz
A alegria do recomeço na resiliência tão cara
A trajetória de um dia...
É incerteza, medo e angústia em compasso de espera,
Mas é também esperança, que não morre nem cansa
É o recomeçar depois de um fim, com esperança de acertar
É vida a se abrir no que nasce sem se fechar no que morre
A trajetória de um dia passa, finda, mas principia!
Valdinar Monteiro de Souza
Enviado por Valdinar Monteiro de Souza em 22/02/2015